quinta-feira, junho 16, 2005

Uma coroa de flores para o Álvaro

Do que não se fala, naturalmente em Inglaterra, mas estranhamente em Portugal, é das numerosas referências que Mitrokhin faz ao muito nosso Álvaro Cunhal, bem como aos seus arrabaldes, também conhecidos por PCP. A maioria das histórias, é certo, não podem ser consideradas chocantes. Que Cunhal pertencia à ?linha dura? e era leal ao sol soviético, nós já sabíamos; que foi dos raros comunistas ocidentais (e o primeiro) a apoiar a invasão de Praga, idem. Faltava apenas esclarecer alguns pormenores, o que o Arquivo Mitrokhin consegue.

Graças a ele, passamos a ter indícios detalhados de que, nas décadas de 70 e de 80 (em democracia, note-se), o PCP (leia-se o camarada Álvaro) entregou aos agentes do KGB em Lisboa meia tonelada de documentação vária, envolvendo material da PIDE, da NATO e dos Serviços Especiais portugueses. Além disso, era frequente o recrutamento e o envio de elementos do partido rumo à Rússia, visando formação intensiva com os especialistas locais em artes revolucionárias.

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